sábado, 7 de outubro de 2017

Movimento faz plebiscito informal para separar o Sul do resto do país

Estrelas em bandeira representam o Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul.
O movimento “O Sul é Meu País” promove neste sábado (7), das 8h às 20h, um plebiscito informal para perguntar aos eleitores de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se concordam com a possibilidade de se separarem do resto do Brasil.

A organização da consulta, batizada de Plebisul, espera contar com a participação de até dois milhões de moradores dos três Estados, o que equivale a quase 10% do eleitorado da região, composto por 21,28 milhões de pessoas.

As urnas estão distribuídas entre os 1.191 municípios. Já os locais de votação estão divulgados no site www.sullivre.org. Nas cédulas de papel, os participantes vão responder com um ‘xis’ se querem (sim) ou (não) que as três unidades da federação formem uma nação independente. Para votar, não é preciso levar título de eleitor. A única exigência é ser maior de 16 anos.

Alguns motivos apresentados pelo movimento para a separação.

Grande produção agrícola

Um fator econômico importante lembrado pelo movimento O Sul é meu país é a produção agrícola – o movimento cita a liderança na produção de carne de frango e suína, além de ser a segunda região que mais produz grãos.

Itaipu, a solução energética

A energia elétrica do novo país pode ser suprida pela usina hidrelétrica de Itaipu. “O Sul é o maior produtor de energia elétrica do Brasil, pois Itaipu está dentro do território sulista e, de acordo com o direito internacional, tudo que está dentro do território do país faz parte do seu patrimônio”, diz um texto publicado no site do movimento.

Menos corrupção...

Outra bandeira do movimento é exaltar a honradez do povo sulista. “Temos políticos envolvidos em escândalos de corrupção sim, porém não significa que temos que ter impunidade por aqui".

Identidade cultural

Segundo o movimento, a população Sulina hoje tem cerca de 25 milhões de pessoas, de origem europeia, miscigenada ao africano, ao americano nativo e ao asiático. Esta miscigenação que absorveu cultura, costumes e tradições de quatro continentes, associada aos fatores climáticos e geográficos inerentes à Região Sul, moldou o perfil que é peculiar do sulino, diferenciando-o das demais regiões brasileiras.

O plebiscito não tem valor legal

A coordenadora geral do Plebisul, Anidria Rocha, reconhece que ele não tem valor legal nem jurídico, uma vez que sua realização não foi aprovada pelo Congresso Nacional. Entretanto, alega que o importante, no momento, é saber o que a população pensa a respeito do tema.

A própria Constituição Federal estabelece, em seu artigo primeiro, que é “indissolúvel” a união dos Estados e municípios e do Distrito Federal. “Não estamos buscando a separação de fato. O objetivo é justamente pesquisarmos a população de eleitores, para ver o percentual que apoia a ideia de independência”, ponderou.

Ela lembrou que em outubro do ano passado, quando houve o primeiro plebiscito do tipo, 616 mil cidadãos foram às urnas, sendo que a meta era atingir em torno de um milhão. Dos votantes, 95,65% se mostraram favoráveis à proposta.

“Nesse ano, vamos chegar a mais, pois temos um número bem maior de cidades participando e de voluntários também; triplicou”, comemorou. O diferencial da segunda consulta é que agora os eleitores poderão assinar um projeto de lei de iniciativa popular, propondo a realização de um plebiscito oficial em 2018 sobre o assunto.

Neste caso, os interessados precisam levar documentação. “É preciso de no mínimo 1% da população, mas esperamos já atingir 10%. Vamos batalhar para isso e, assim, enviar o projeto às três assembleias legislativas”, acrescentou Anidria.

Gaúcha, a microempresária disse ser uma das que “está ralando por causa do sistema tributário e burocrático do Brasil”. Em sua avaliação, apesar do disposto na legislação, o movimento trabalha sim dentro da legalidade. “Atuamos em vias pacíficas e democráticas, conscientizando a população sobre a importância de o Sul ser independente, devido ao seu potencial econômico, natural e humano.

Concordamos pouco com o artigo primeiro. A mesma Constituição assegura a livre manifestação do pensamento e da vontade. E a própria ONU [Organização das Nações Unidas] definiu que ‘todo o poder emana do povo’”, argumentou.

Ainda de acordo com a coordenadora, são vários os fatores que impulsionam o movimento. “Os mais relevantes são o econômico e o político. Todo dinheiro arrecadado aqui de tributos vai para Brasília. Mas apenas 20% do que a gente produz retorna. Ou seja, de cada R$ 100, recebemos R$ 20. É muito pouco. Se fôssemos independentes, poderíamos administrar esse dinheiro”.

Anidria afirmou que o grupo não definiu o nome do “novo país”, nem tampouco pensou em hino, bandeira ou moeda. “Vamos discutir isso mais tarde, através de referendos. São muitas as propostas na mesa, mas essas questões são irrelevantes perto dos reais motivos que a gente tem”.

Fonte: Terra


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